RENATO RUSSO & CAZUZA - A poesia nunca morre

Como sabemos, Cazuza se foi no dia 07 de julho de 1990. E há nele toda uma trajetória que se cruza com a do nosso Renato Russo e todo um legado de lirismo e força que sempre irá ficar marcado em nossos corações.
Segundo Lucinha Araújo, “naquela tarde de 6ª feira, ele (Ezequiel Neves) saiu mais cedo e contou depois que Cazuza pareceu estranho e sereno. Ouvia pouco e quase não dizia nada. Era como se meu filho dissesse ‘deixa pra lá’. Cazuza tinha dito a Zeca que queria assistir ao show da Legião Urbana no dia seguinte. Renato Russo, no dia 07 de julho, dia da morte e sepultamento de Cazuza, dedicou o show a ele”.

À noite, no Jockey Club Arena do Rio de Janeiro, Renato entrou no palco com a sua banda e disse: “Eu quero falar algumas coisas aqui. Eu vou falar de mim. Eu tenho mais ou menos 30 anos, sou do signo de Áries, eu nasci no Rio de Janeiro, eu gosto da Billie Holliday e dos Roling Stones, eu gosto de beber pra caramba de vez em quando, também gosto de milkshake. Eu gosto de meninas, mas eu também gosto de meninos. Todo mundo diz que eu sou meio louco. Eu sou cantor numa banda de rock’n roll. Eu sou letrista e algumas pessoas dizem que eu sou poeta. Agora eu vou falar de um carinha. Ele tem 30 anos, ele é do signo de Áries, ele nasceu no Rio de Janeiro, ele gosta da Billie Holliday e dos Rolling Stones, ele é meio louco, ele gosta de beber pra caramba. Ele é cantor numa banda de rock, ele é letrista, e eu digo: ele é poeta. Todo mundo da Legião gostaria de dedicar esse show ao Cazuza”.

Certa vez, Cazuza disse: “(...) eu tenho orgulho de fazer parte de uma geração que tem o Renato Russo, o Arnaldo Antunes, o Lobão, uma geração que acabou com essa história de que rock é bobagem. O rock já não é uma coisa da qual se possa debochar... A gente está com uma força de palavras, as pessoas estão ouvindo o que o Renato Russo fala, o que o Lobão fala... Por mais que cada um tenha caminhos loucos, eles estão falando”.
Em 1995, Renato Russo disse: “As pessoas vem, as pessoas vão... e o Cazuza foi e faz muita falta. Eu, sinceramente, sinto muito a falta dele, porque ele era uma espécie de ponto de referência, sabe? Nós temos o mesmo signo, a mesma idade, gostamos de Billie Holliday e de milkshake... Mas ele se foi... só que eu acho que a poesia dele fica para sempre... Eu me lembro que no lançamento de Que País é Este, em 87, o cazuza foi lá, já bem doente. Ele me disse uma vez que foi aquele negócio de ‘inveja criativa’ e quando ele ouviu Que País é Este foi aquela inspiração p/ ele escrever Brasil, que é uma das músicas... mais importantes. E todo mundo fala nos músicos dos anos 80... e o interessante disso é que Cazuza não é só dos anos 80... é pra sempre.”
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